CORPUS CHRISTI
Atualizado: 31 de mar. de 2022
Bispo de Marília diz que Brasil não precisa de um ‘salvador da pátria’ em missa campal na catedral São Bento. Mensagem aponta para eleições de outubro no Brasil

O bispo da Diocese de Marília (SP), dom Luiz Antonio Cipolini, afirmou em sua homilia na Missa de Corpus Christi realizada na tarde desta quinta-feira (31), que o país “não precisa de um salvador da pátria”. “Nós já temos um salvador, que é Jesus Cristo”, destacou. Ele ainda acrescentou: “O que nós precisamos é de união e trabalho pelo bem comum. Cada um de nós deve exercer, com amor e coragem, a sua cidadania”. O recado do bispo aponta para as eleições que acontecem em outubro no Brasil.
Dom Luiz também exortou os milhares de fiéis que compareceram à missa campal em frente à Catedral de São Bento, no centro de Marília, sobre o perigo do comodismo. “Não foi para nos acomodar que Jesus derramou o Seu sangue”, frisou.
O bispo de Marília também pediu aos católicos que deixem de se contaminar pelas “idolatrias do nosso tempo” como “o aparecer, o consumir, o eu no centro de tudo”. “É tudo isso que nos acovarda e nos torna cristãos medíocres, tíbios, insípidos, pagãos”. Dom Luiz ainda alertou os fiéis sobre o perigo da divisão, que ocorre “quando não encontramos a coragem de dar testemunho da caridade”. “A Eucaristia impede a divisão porque é vínculo de comunhão, cumprimento da Aliança e sinal vivo do amor de Cristo”.
Por fim, ainda em sua homilia, o bispo lembrou da importância da vida em santidade para todos os membros da igreja. “É o que o mundo espera de nós bispos, padres, religiosos, leigos e leigas cristãs”. “A Eucaristia não é uma recompensa para os bons, mas a força mais os mais fracos, os pecadores”.
RESGATE DE TRADIÇÃO A celebração do Corpus Christi reuniu milhares paroquianos de 17 paróquias e duas pró-paróquias de Marília. Pela primeira vez após décadas, o Santíssimo Sacramento voltou a ser conduzido sobre tapetes que enfeitaram as ruas centrais da cidade. O retorno da tradição católica, comum em muitas cidades do Brasil, contou com a adesão de fiéis, que adornaram dez quarteirões com centenas de quilos de pó de serra, cores e formas. Predominaram temas religiosos e até a bandeira do Brasil.
A criatividade preencheu o espaço de apenas um metro de largura, delimitado ao centro das vias pelo Poder Público municipal, que interrompeu o tráfego na madrugada desta quinta-feira (31) e o liberou logo após o final da procissão.
Dom Luiz Antonio Cipolini conduziu o ostensório da Catedral Basílica Menor de São Bento até a Matriz de Santo Antonio, um trecho de um quilômetro e meio no coração do comércio central de Marília. A procissão foi encerrada com sua benção final.