Candidatura de governo entra em cena na campanha ao Executivo com atores da direita e coadjuvante da esquerda. Plateia concorrente ao Legislativo assiste elenco reduzido de base
Entrou em cartaz na manhã do último sábado (3) no Teatro Municipal “Waldir Silveira Mello” a campanha de governo à chefia do Executivo e às futuras 17 poltronas da plateia legislativa de Marília.
A peça eleitoral ‘Marília é Deus, Pátria, Família, Amor e Liberdade’ apresentou Ricardo Mustafá (PL) como candidato a prefeito e Juliano da Campestre (PRD), a vice, à curta temporada a ser iniciada dia 16.
O elenco principal conta ainda com as participações especiais do casal de deputados Capitão Augusto (federal) e Dani Alonso (estadual) e de Daniel Alonso, como prefeito em fim de mandato – todos da companhia do PL.
Atuam como coadjuvantes atores políticos do Democracia Cristã (DC) e do Mobiliza, e até da centro-esquerda do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no espetáculo apresentado como principal da direita na cidade.
Maior astro do espectro político no país, o ex-presidente Jair Bolsonaro ameaçou estrelar na concorrência de campanhas municipais que ousem dividir a cena eleitoral com partidos de esquerda. Veja abaixo:
Em 'Comunicado à Imprensa' publicado nesta terça-feira (6), o PSB Marília diz que "não há qualquer menção ao PSB" por Bolsonaro e defende os "princípios que regem a candidatura a prefeito de Marília do advogado e professor Ricardo Mustafá (PL)".
"O diretório deixa muito claro que existe apenas uma corrente ideológica: a corrente do progresso para Marília e a incansável luta pelo bem-estar de nossa gente. Portanto, não é momento para alimentar ódio e divisões", diz o PSB Marília.
FESTA VERDE E AMARELA
Mas o vermelho nem apareceu na festa verde e amarela preparada para o escolhido do governo para manter a direita no poder municipal. Balões, bandeiras de campanha e, claro, a nacional, deram o tom da matinê da convenção.
Um corredor de bandeirolas hasteadas por apoiadores à frente do teatro recepcionou os protagonistas enquanto a crítica também esticava suas faixas na esquina: ‘Fora Daniel, Fora Mustafá!”, escreveram.
Animado pela sonoplastia das baterias da Portuguesa da Morro e da Vila Barros, Mustafá chegou ao palco e já foi aplaudido de pé por sua plateia lotada de candidatos a vereador, assessores parlamentares, comissionados e convidados.
ROTEIRO À DIREITA
A apresentação da coligação seguiu o roteiro de praxe: jingle de entrada e monólogos de políticos presentes. Dani Alonso, por exemplo, exigiu do público o esforço da imaginação de uma floresta para ilustrar seu raciocínio político.
Ufanista tal qual Odorico Paraguaçu do dramaturgo comunista Dias Gomes (1922-1999), Daniel Alonso soltou sua pérola à Ariano Suassuna (1927-2014) – expoente do teatro brasileiro, autodeclarado socialista – ao se referir ao vice Cícero do Ceasa.
“Fizemos a dupla ‘padre Cícero’ e profeta Daniel na prefeitura”, comparou Alonso, cujo ato foi o mais longo da convenção. Mustafá, por sua vez, fez a última e uma das mais breves participações no palco do municipal.
PAPEL DECORADO
O candidato a prefeito seguiu seu papel à risca. Começou pelo relato dramático da administração que “abandonou a cidade” e provocou “a maior greve da história dos servidores” sem citar o ex-prefeito e concorrente Vinícius Camarinha (PSDB).
Em cada situação colocou-se entre os “heróis” que “limpou a cidade” e “estava junto no momento certo” em referência ao tempo em que esteve à frente de secretarias municipais e da Procuradoria Geral do Município.
E terminou com um discurso triunfalista de vitória. “Seremos vitoriosos e dia 6 de outubro, às 20 horas, estaremos comemorando”, previu. “A partir de hoje é guerra, acabou o ‘paz e amor”, bradou.
ELENCO LEGISLATIVO
Acomodado nas primeiras fileiras centrais da plateia, o elenco de candidatos à Câmara Municipal foi mero espectador na convenção de sábado (3). Ao todo, serão 67 - 45 homens e 22 mulheres - do PL, PRD, DC e Mobiliza. Do PSB são outros 18.
Entre eles, os poucos vereadores da base governista que restaram à frente partidária governista: Professora Daniela (PL), Evandro Galete (PSB) - além de Sérgio Nechar (PSB), no palco.
A estes, nem o uso da palavra, reservada a um ex-colega de Câmara de três mandatos e concorrente às futuras 17 cadeiras: o ex-secretário municipal de Direitos e Humanos e de Assistência e Desenvolvimento Social, Wilson Damasceno (PL).
Confira abaixo a breve entrevista do candidato do PL à Prefeitura de Marília, Ricardo Mustafá e de seu vice, Juliano da Campestre (PRD) ao blog do Rodrigo na convenção do último sábado (3):
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