ANÁLISE: Intenção de votos quase quatro vezes maior que do segundo colocado sinaliza eleição de Vinícius Camarinha (PSDB) à Prefeitura de Marília a 75 dias das urnas. Maior frente partidária abre vantagem numérica pró-deputado estadual na disputa pelo Legislativo. Aprovação estadual e rejeição federal refletem urnas de 2022
Aos 23 dias de julho, a 24 da largada das campanhas eleitorais e 75 da votação e apuração das urnas das eleições municipais, a publicação da primeira pesquisa de intenção de votos para a Prefeitura de Marília já aponta para 1º de janeiro de 2025.
Com 47,6% das intenções de voto, em abordagem com apresentação de seis concorrentes, o deputado estadual e pré-candidato a prefeito, Vinícius Camarinha (PSDB) foi o escolhido por quase quatro vezes mais entrevistados do que o segundo colocado, Garcia da Hadassa (Novo), com 12,4%.
Ainda que somadas as demais intenções de votos apuradas pela mesma pesquisa – além de Garcia, também Eduardo Nascimento (Republicanos | 8,3%), Ricardo Mustafá (PL | 6,8%), Vico (PV 3,9%), Wilson Vidoto (PDT | 2,5%) e João Pinheiro (PRTB | 2,1%) – Vinícius permaneceria na frente, apesar de 36% de votos contrários.
A vantagem acachapante ante seus adversários, cuja concorrência ainda tende a diminuir, mesmo que a pouco mais de dois meses da disputa no voto, sinaliza uma campanha vitoriosa em contagem regressiva ao deputado estadual.
Se confirmada esta intenção majoritária de votos pelo eleitorado mariliense, em turno único, por menor ou maior vantagem ora apresentada, Vinícius Camarinha assumirá seu 2º mandato como prefeito de Marília, com interstício de oito anos após não ter sido reeleito em 2016.
VISIBILIDADE
O deputado estadual em 5º mandato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) foi o primeiro a se colocar como pré-candidato à Prefeitura de Marília em 22 de março. Apenas depois se apresentaram todos os seus concorrentes.
Com exceção do presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nascimento (Republicanos), veterano da política mariliense e ex-candidato a vice-prefeito em 2012, os demais pré-candidatos são novatos na corrida ao Paço Municipal.
Por isso a dificuldade do eleitor entrevistado pelo Instituto Paraná de responder, espontaneamente, em quem votaria. A dúvida atingiu 70,4%, mas 15,5% lembraram-se de Vinícius, ante porcentagens rasas dos demais pré-candidatos.
O aparecimento de Garcia da Hadassa (Novo) na segunda posição da intenção de votos é um indício de seu investimento para ser visto e conhecido nas redes sociais, terreno indispensável para conquista de votos em tempos digitais.
REVERSÃO?
A ancoragem da reversão do cenário atual nos 70% de entrevistados que não indicaram pré-candidatos porque sequer os conheciam no questionamento espontâneo é um autoengano. Os indecisos representam uma fração dez vezes menor do eleitorado, conforme se apresentam nos dois cenários estimulados da pesquisa. Veja:
O encaminhamento de eventual mudança na preferência eleitoral fotografada pelo Instituto Paraná passa pela submissão do pré-candidato líder nas intenções de votos às desconstruções próprias do processo eleitoral.
Apenas do único governo de Vinícius em Marília (2013-2016), por exemplo, devem ser explorados atos falhos como o lixo abandonado nas ruas da cidade em final do mandato, a epidemia de dengue ocultada em 2014 e a greve de 35 dias dos servidores públicos municipais que gerou transtornos na cidade.
Convém lembrar que tais deslizes administrativos, entre outros, não influenciaram na intenção de votos declarados pela maioria dos 710 entrevistados pelo Instituto Paraná entre os dias 19 e 22 de julho, exceto por julgá-los irrelevantes agora ou sequer lembra-los.
FOCO LEGISLATIVO
Ante a disparidade atual de intenção de votos à chefia do Executivo, partidos e federações precisam intensificar suas campanhas onde ainda possam ter alguma paridade de conquista de cargos eletivos em Marília: os novos 17 assentos na Câmara Municipal.
Também aqui, Vinícius Camarinha leva vantagem numérica com indicação de candidatos de pelo menos sete partidos – PSDB, Cidadania, Avante, MDB, Podemos, PP e Solidariedade – na maior frente partidária nas eleições em Marília em 2024, ainda que as coligações sejam restritas à disputa ao Executivo.
A depender do número de parlamentares que conseguir eleger ou reeleger, Vinícius pode desenhar sua base, a ser ampliada, ou alguma oposição que resista à tentação de cargos e nacos de poder oferecidos por outro governo eleito.
Por enquanto, os demais candidatos à 21ª legislatura da Câmara Municipal devem ter legenda pelo DC, Mobiliza, Novo, PC do B, PCO, PDT, PL, PRD, PRTB, PSB, PSD, PSOL, PT, PV, Republicanos e União Brasil.
ESPELHO ELEITORAL
Além de sondar a intenção de votos dos marilienses para escolhas do prefeito e dos vereadores, o Instituto Paraná também captou a avaliação aos governos municipal, estadual e federal.
Na reta final de um governo reeleito de oito anos, o prefeito Daniel Alonso (PL) foi desaprovado por 75,2% e aprovado por apenas 20,4% pelo eleitorado que o manteve no poder municipal em 2020.
Eleito governador de São Paulo em 2022, Tarcísio de Freitas (Republicanos) teve seu governo aprovado por 64,6% dos entrevistados e reprovado por outros 30,8%. Nas urnas em Marília, o chefe do Executivo paulista recebeu 69,43% dos votos.
O governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi reprovado por 65,1% e aprovado por 32%. Embora vitorioso, em Marília o petista recebeu apenas 30,57% dos votos, enquanto o derrotado Jair Bolsonaro (PL) somou 69,43%.
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