Frente de esquerda se rearticula após 12 anos com candidatura única feminina inédita à disputa da Prefeitura de Marília. Partidos não elegem representantes no Legislativo desde 2018
Doze anos após sua última maior coligação partidária para a disputa da Prefeitura de Marília, legendas de esquerda se reuniram novamente em prol de uma única candidatura para figurarem na corrida ao Paço Municipal.
Em convenção realizada na manhã de domingo (28), a federação formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Verde (PV) e Partido Comunista do Brasil (PC do B) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) escolheram uma chapa histórica.
Pela primeira vez estas legendas de esquerda escolheram uma única mulher como candidata a prefeita: Nayara Mazini (PSOL), terceira mais votada em 2020 e cujo nome foi acolhido por unanimidade nas pré-convenções, exceto no PT, por maioria.
“É um prazer imenso ver a esquerda de Marília unida. Eu acho que isso não tem preço, tem valor. O que a gente está criando hoje é esperança”, afirmou Nayara, cujo candidato a vice será o advogado e jornalista Henrique Neves.
Antes da aclamação por Nayara neste domingo (28), as federações haviam arrastado por poucas semanas a pré-candidatura de Flávio José Rino Guimarães, o Vico (PV), cujas arestas ideológicas foram relevadas agora, segundo informaram os partidos.
Dos demais partidos de esquerda ativos em Marília, apenas um, o Partido da Causa Operária (PCO) deverá lançar candidatura própria e igualmente feminina: a professora Lilian Miranda deverá ser concorrente a Nayara pela 2ª eleição consecutiva.
‘EX-QUERDA’
O Partido Democrático Trabalhista (PDT) coligou-se ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) de João Pinheiro, de direita, após ensaiar chapa pura; e o Cidadania compõe a federação com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de Vinícius Camarinha, de centro-direita.
Outra referência da esquerda no colorido político nacional, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Marília apoiará a direita do Partido Liberal (PL) e de governo, cujo candidato à prefeitura é Ricardo Mustafá.
A última vez que a esquerda havia coligado tantos partidos pela disputa da prefeitura foi em 2012, na única vez em que teve um representante no cargo: Ticiano Tóffoli (PT), que assumiu após renúncia de Mário Bulgareli.
O então candidato de governo teve apoios do PC do B, Partido Progressista (PP), o Partido Social Democrático (PSD) e dos extintos DEM, PSDC, PRP, PT do B e PHS. Mesmo assim, perdeu para Vinícius Camarinha (PSB, hoje PSDB).
LEGISLATIVO
Apesar do posicionamento da maioria do partidos de esquerda pela campanha de Nayara Mazini, o clima na convenção de domingo (29) era de resignação quanto às reais chances de sua eleição à Prefeitura de Marília.
Ela sequer foi citada na pergunta estimulada e não consta que tenha sido lembrada nas respostas espontâneas da pesquisa de opinião pública do Instituto Paraná que apontou Vinícius Camarinha na liderança isolada com 47,6% das intenções de votos.
A principal expectativa de eleição estará com os candidatos ao Legislativo. O último vereador eleito das legendas de apoio a Nayara nem milita mais na esquerda: o vice-prefeito Cícero do Ceasa (PL) entrou PT e saiu PV da 18ª legislatura (2013-2016).
O PC do B elegeu apenas um, mas Sydney Gobetti de Souza (1954-2012) por seis vezes – ele ainda teve o primeiro mandato pelo PMDB (atual MDB). O PSOL nunca elegeu seus candidatos ao Legislativo de Marília.
Confira abaixo o pronunciamento da candidata à Prefeitura de Marília, Nayara Mazini após ser aclamada na convenção realizada na manhã do último domingo (28):
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