Sob espírito da Campanha da Fraternidade, Diocese de Marília orienta rebanho a evitar aglomeração nas próprias igrejas e pede orações aos 'samaritanos' na luta contra Covid
Promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) há quase seis décadas, a Campanha da Fraternidade (CF) debruçou ao longo do tempo em questões do cotidiano e da fé que, ao final das contas, defenderam direitos, deveres e, principalmente, a vida.
Mais do que nunca, em meio a uma pandemia mundial provocada pelo Covid-19, e sob o espírito e o exemplo da CF-2020, a Diocese de Marília, acaba de reforçar suas orientações em defesa do bem estar físico e espiritual de seu rebanho estimado em mais de meio milhão de fiéis, dispersos em uma longa faixa territorial do oeste paulista.
Em nova circular divulgada nesta segunda-feira (16), o bispo de Marília, dom Luiz Antonio Cipolini acompanhou as recentes determinações de autoridades civis e suspendeu todas as atividades diocesanas até o dia 15 de abril, com exceção das missas, cujas celebrações recomendou que tenham menor duração ou sejam transmitidas pelos meios digitais.
Confira abaixo as novas orientações do episcopado em Marília:
Suspender a realização dos encontros, reuniões, retiros, cursos e eventos em níveis paroquiais, regionais e diocesanos como, por exemplo, os encontros de catequese e o Curso de Teologia para Leigos e Consagrados (CTLC), até a primeira quinzena de abril.
Cancelar as noites de confissões comunitárias quaresmais. Para tal, solicito aos padres que, em locais apropriados, dediquem atenção especial para com o sacramento da reconciliação, com horários diários e noturnos que auxiliem os fieis na preparação da Páscoa do Senhor.
Redobrar os cuidados higiênicos nas visitas domiciliares aos enfermos e idosos e suspender os trabalhos pastorais em hospitais, asilos e unidades de saúde, garantindo aos fiéis, em casos extremos, o sacramento da Unção dos Enfermos.
Repensar a programação paroquial das "24 horas para o Senhor" e da Semana Santa, evitando grandes concentrações e celebrando-as com discernimento, sem perder a piedade da ação eclesial.
Intensificar a oração em família, Igreja doméstica, e promover a veiculação das missas nos meios de comunicação e nas redes sociais, para o favorecimento dos fieis que pertencem ao grupo de risco da doença e, por isso, estão impedidos, momentaneamente, do contato com a assembleia.
Recomendo que as celebrações das missas tenham curta duração e, se possível, acrescentem-se novos horários para que evitemos grandes aglomerações.
Em outra circular, divulgada no último dia 2, as comunidades católicas já haviam sido orientadas pela Diocese de Marília a respeito de comportamentos necessários para que fosse evitada a eventual propagação do coronavírus, dentro e fora das igrejas. Deste então, estão válidas as seguintes recomendações:
Omitir a saudação da paz, bem como o costume de rezar o Pai Nosso de mãos dadas.
Distribuir a Sagrada Comunhão somente sob a espécie de pão e na mão do fiel.
Distribuir a Sagrada Comunhão aos doentes com particular atenção, sobretudo se vários doentes forem visitados em sequência.
Manter ventilados os locais onde acontecem as celebrações.
Orientar os fiéis sobre atitudes básicas que previnem o contágio.
NOSSOS 'SAMARITANOS'
Além das recomendações preventivas ao coronavírus, pautadas pelo Ministério da Saúde e dos governos estadual e municipal, o bispo de Marília também solicitou, na mesma circular, que os fiéis rezem "pelos sanitaristas, profissionais da saúde e por todo o provo brasileiro, nas busca da superação desta pandemia".
As preces pelos médicos e enfermeiros, como exemplos, evocam ao samaritano que, segundo o Evangelho de Lucas, viu um homem caído na estrada, sentiu compaixão e cuidou dele. Esta atitude, do acolhimento ao cuidado, é o lema da atual CF, cujo tema é 'Fraternidade e Vida: dom e compromisso'.
O cartaz da CF-2020 é ilustrado com o desenho de Irmã Dulce (1914-1992) rodeada de crianças e idosos - dois dos públicos mais sensíveis ao contágio do coronavírus. Alçada a 'Santa Dulce dos Pobres', por ocasião de sua canonização, ela é a referência samaritana, real e prática, aos nossos dias.
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