Troca de cadeiras 'antecipa' estimativa de representação partidária para eleições com redução de 11 para apenas 7 legendas no plenário. PSDB isola-se como maior bancada.
Exposta às 'intempéries' que agitaram seus bastidores nos últimos dias, a Câmara Municipal de Marília fechou neste sábado (4), dia do 91º aniversário da cidade, a janela partidária que havia sido aberta desde 3 de março pela Justiça Eleitoral para que cada vereador tivesse a oportunidade de escolher outro lugar para se sentar - e proteger-se de qualquer punição.
Apesar dos ventos - ou, a favor deles - sete dos 13 vereadores decidiram permanecer onde já está estavam, à brisa da fidelidade de suas próprias cadeiras. Outros seis, no entanto, recorreram à direção que a biruta da oportunidade lhes ofereceu, seja por necessidade ou estratégia eleitoral.
Confira abaixo:
Entre os que trocaram de legenda há casos como o do vereador João do Bar. Eleito pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS), ele decidiu não seguir o curso da legenda, extinta e incorporada ao Podemos em setembro de 2019. Preferiu tornar-se um progressista. Já os outros cinco vislumbram novo espaço com maior possibilidade de reeleição.
Inclusive Cícero do Ceasa. Agora novo liberal da casa, ele anunciou durante a polêmica sessão extraordinária da última terça-feira (31) que não se candidataria novamente. No entanto, sua mudança de partido é uma indicação de que ainda segue no jogo político.
BANCADAS
O vai-e-vem da troca de cadeiras alterou o desenho partidário do Legislativo. Dos 11 partidos que iniciaram a legislatura (2017-2020), sobraram apenas sete. Essa redução foi avaliada pelo meio político como um preview da compactação de representatividade partidária aguardada para as urnas de outubro.
Além do PHS, deram adeus ao Legislativo o Partido Verde (PV), o Republicanos e o Partido Social Cristão (PSC). Por outro lado, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) dobrou de tamanho e isolou-se como a maior bancada, agora com quatro vereadores. Veja:
COLIGAÇÕES
O sobe-e-desce de partidos no Legislativo serve como um 'termômetro político' àqueles que pretendem permanecer ou chegar ao Executivo nas Eleições 2020, sobretudo a partir de coligações estratégicas. São os casos, principalmente, do PSDB do Governo Daniel Alonso e do Podemos, capitaneado pelo ex-prefeito e declarado candidato, Abelardo Camarinha.
Do grupo que o ajudou a ser eleito em 2016, Alonso conta com apoio majoritário de PTB, PV e PC do B, mas perdeu o MDB do vice-prefeito Tato Ambrósio - que afastou-se do governo em dezembro de 2018 - e o PPS, do ex-secretário municipal de Educação, Beto Cavalari. As lacunas acabariam ocupadas pelo PL e pelo PSD, partido do presidente da Câmara, Marcos Rezende.
O Podemos, por sua vez, tem em Abelardo Camarinha o trunfo para agregar a maior quantidade possível de partidos para formar uma frente de oposição. Por ora, estão na mesma trincheira bandeiras como as do DEM, Solidariedade, PROS e PSB. A ampliação deste grupo é apenas uma questão de tempo.
Marcos Farto, do PSL e Juliano da Campestre, do PRTB, anunciaram recentemente a 'fusão' de suas candidaturas. Juvenal Aguiar, do PT e Marquinhos, do PSOL, também seguem em busca de apoio entre os partidos de esquerda. De última hora, pode ser anunciada uma nova candidatura, pelos progressistas. A divulgação é aguardada para entre este domingo (5) e a segunda-feira (6).
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