Atentado contra assessor de João do Bar, do Progressistas, acende alerta sobre risco de jaguncismo eleitoral em Marília. Parlamentar diz não ter inimigos mas temer pela vida. Polícia Civil já iniciou investigação de caso registrado como tentativa de homicídio
A sessão camarária já caminhava para o fim ainda no começo da noite desta segunda-feira (26), quando o vereador João do Bar, do Progressistas, decidiu, excepcionalmente, inverter o roteiro da noite com seu assessor de gabinete, Eder de Souza. Desta vez, era o comissionado quem levaria seu carro para casa, localizada no bairro Santa Antonieta, na zona Norte de Marília.
O parlamentar ainda estava na Câmara Municipal quando o telefone tocou. Era o assessor. Assustado, o rapaz relatou quase ter conhecido o próprio destino final. O carro havia acabado de ser atingido por dois tiros, ambos no parabrisa, direcionados à execução do motorista. João gelou. “Era eu quem deveria estar lá”, refletiu.
A EMBOSCADA
Segundo relato do assessor em boletim de ocorrência registrado ainda na noite desta segunda-feira (26) na Central de Polícia Judiciária (CPJ), ele trafegava pela rodovia SP-333 no sentido centro-bairro e já sairia para uma alça de acesso à marginal quando foi fechado por um Gol de cor prata e atingiu um guardrail lateral.
Ainda de acordo com a versão oficial, o assessor foi surpreendido pelo passageiro de uma motocicleta que desceu e atirou em sua direção, a poucos metros do carro. As balas zuniram pelo vidro e atingiram o banco do passageiro e o volante. Encolhido, Souza saiu ileso, sem nenhum arranhão. Os suspeitos fugiram.
TENTATIVA DE HOMICÍDIO
As investigações preliminares começaram ainda na noite desta segunda-feira, conduzidas pelo delegado Gilson Quintino de Souza. Ele solicitou perícia no veículo e no local da emboscada. “Até o momento as informações (do assessor) são compatíveis. Foram arrecadados dois projéteis no veículo. Aparentemente, de um (revólver) 38”, afirmou.
Registrado como tentativa de homicídio, o caso foi encaminhado para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Imagens das câmeras de segurança disponíveis nas vias urbanas e da rodovia, atualmente concedida, serão solicitadas para ajudar na identificação dos veículos envolvidos.
VIDA EM RISCO
João do Bar havia chegado há poucos minutos na CPJ quando atendeu o blog. Visivelmente assustado, ele afirmou que o alvo seria ele, e não seu assessor. Disse ainda até ter quem não goste dele, mas “nada que possa chegar a um nível deste”. “É muito estranho isso aí. Estou sem chão. Era para eu estar morto”.
Em virtude do atentado sofrido por seu assessor, João do Bar afirmou que redobrará sua segurança pessoal, sobretudo nestes dias de intensificação da campanha eleitoral, com deslocamentos e visitas a vários pontos da cidade. Ele é candidato à reeleição.
JAGUNCISMO ELEITORAL?
O vereador disse ainda esperar que o atentado contra o seu veículo seja apenas um caso isolado. “Marília nunca teve esse tipo de revanche nas eleições que participei. Não acredito que a cidade vire um faroeste, um Nordeste, onde se decide na bala. Mas, tudo pode acontecer neste mundo que nós vivemos”.
Commentaires