Peregrinos do presbitério da Diocese de Marília alternam pastoreio em quase metade das paróquias de cidade-sede. Bispo pede a sacerdotes que rezem mais e não sejam “motivos de escândalo”. Cinco seminaristas podem ocupar vacância de diáconos transitórios em dezembro
Diz a Legislação Complementar da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) ao Código de Direito Canônico que “havendo justa razão, pode o bispo diocesano nomear párocos por período determinado, não inferior a seis anos, sempre renovável”.
Ao final desta caminhada temporal em uma comunidade, o padre pode peregrinar para outra, a exemplo de oito entre 16 que iniciarão o ano jubilar de 2025 em novas comunidades na Diocese de Marília.
As transferências foram anunciadas em circular anual assinada pelo bispo diocesano de Marília, dom Luiz Antonio Cipolini, e publicada nesta quinta-feira (26). As cerimônias de posse devem ocorrer apenas em janeiro.
MAIORIA EM MARÍLIA
As mudanças envolvem a administração eclesiástica de apenas 13 das 66 paróquias diocesanas – 19,70% – de apenas oito de 37 municípios – 21,62% – das três regiões pastorais da Diocese de Marília.
Na ‘um’, entre Garça (SP) e Quintana (SP), quase todas as alterações acontecem em Marília, com nove de 19 paróquias – 47,37%. A exceção é a transferência do vigário Tony Takuno da Paróquia São Pedro Apóstolo de Garça (SP) para Santa Rita de Cássia.
O único sacerdote de descendência nipônica da Diocese de Marília assume o atual cargo do padre Tiago Barbosa. O assessor diocesano de comunicação, formado em Jornalismo, assumirá a Santa Rita como pároco.
De saída, o padre Marcos Roberto Cesário da Silva, segue para a zona oeste, onde assumirá a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O atual pároco, José Ferreira Domingos, terá “tempo de repouso” entre janeiro de 2025 e 2026.
As demais trocas de sacristas em Marília acontecerão na zona norte. Chanceler do bispado, o padre Adeflor Xavier Pereira Júnior, o ‘Lico’, se despedirá da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no JK, para chegada de uma dupla de padres.
Atual administrador paroquial da Santa Antonieta, o padre Willians Roque de Brito assumirá a paróquia vizinha como pároco e a reitoria do Seminário Diocesano Propedêutico São Pio X, próximo à sua nova comunidade.
Brito terá como vigário o padre Thiago Carlos dos Santos, atual administrador paroquial de São João Batista. A paróquia do Jardim Bandeirantes, na zona oeste, será assumida por um pároco, Jurandir Fernando Noronha, que virá da Nossa Senhora das Graças, de Pacaembu (SP).
O padre ‘Lico’, por sua vez, seguirá seu ministério como futuro pároco da Maria Mãe da Igreja, do bairro São Miguel. O atual, padre Rafael Octávio Garcia, para a paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Rinópolis (SP).
Ainda em Marília, o padre Claudinei de Almeida Lima, hoje vigário da Santa Edwiges e com atuação na Pró-Paróquia São Pedro e São Paulo, do Maracá, será o novo administrador paroquial da São Sebastião.
Na região ‘dois’, entre Herculândia (SP) e Adamantina (SP), além da ida de Rafael Garcia a Rinópolis (SP), haverá duas transferências e a manutenção de dois padres nas comunidades em que já se encontram.
O padre José Afonso Maniscalco deixará de ser pároco da Nossa Senhora de Fátima, de Adamantina (SP) para assumir, no mesmo cargo, a São José Operário de Tupã (SP). Ao seu lugar irá o padre Ademilson Luiz Ferreira.
O bispo prorrogou por “mais um ano de provisão” as permanências dos párocos Luciano Pontes, na São Judas Tadeu e Márcio Roberto Rios Martins, na Nossa Senhora Auxiliadora, ambas de Tupã (SP).
É para a região ‘três’, cuja jurisdição é de Flórida Paulista (SP) a Panorama (SP), que irá o atual pároco da São José Operário, Marcelo Antonio dos Santos, que assumirá a Nossa Senhora das Graças de Pacaembu (SP).
As paróquias São José, de Panorama (SP) e Nossa Senhora das Mercês, de Santa Mercedes (SP), hoje sob o pastoreio de Ademilson Ferreira, serão assumidas pelo padre Francisco Antonio dos Anjos Andrade.
MAIS ORAÇÃO, MENOS ESCÂNDALOS
As transferências foram divulgadas duas semanas após o retiro anual dos presbíteros realizado no Seminário Santo Antonio de Agudos (SP). Por cinco dias, os padres se recolheram de suas paróquias para cuidarem exclusivamente de si.
As pregações dos dias de espiritualidade que se seguiram ficaram a cargo do bispo de Bauru (SP), dom Rubens Sevilha, que concelebrou a última missa no altar ao lado do colega de Marília, mas junto com todos os padres.
Em sua homilia, dom Luiz Antonio Cipolini exortou seu clero para que sejam “sinal de esperança”, com “sobriedade de vida”, “por meio da oração”, “não sendo motivos de escândalo”, segundo informou a diocese.
FUTUROS PADRES
Além dos padres, a circular divulgada nesta quinta-feira (26) pelo bispo diocesano também listou os cinco seminaristas que deverão receber a ordenação diaconal agendada para o dia 27 de dezembro deste ano. Foram citados:
Francisco Vieira, secretário do bispo
Jean Pedro de Jesus de Paula, da José Operário, de Tupã (SP);
João Gabriel de Souza Ferreira, da São Pedro Apóstolo, de Garça (SP);
João Victor Ribeiro Silva, da Nossa Senhora de Fátima, de Adamantina (SP);
Pedro Rogério Stevanin Timóteo, da Santa Rita de Cássia, de Marília
A ordenação diaconal é o primeiro grau do sacramento da Ordem. No caso dos seminaristas, antecipa o segundo, o presbiteral. Entre um e outro, eles serão chamados de diáconos transitórios.
A Diocese de Marília está sem ninguém nesta etapa de formação desde a ordenação presbiteral do padre Kleber Alexandre Costa, em 3 de agosto deste ano, na Nossa Senhora Aparecida, de Dracena (SP). Ele é vigário da Santo Antonio, de Junqueirópolis (SP).
Por 29 anos, quatro meses e dois dias, entre 1992 e 2021 a Diocese de Marília teve um único diácono permanente: Cecílio Davi, que faleceu como padre, em 2023, apenas um ano após sua ordenação presbiteral.
Fundada em 2015, a Escola Diaconal São Lourenço da Diocese de Marília formou seus primeiros 32 diáconos em 2021. Neste mês, a igreja promoveu encontro vocacional para a 2ª turma com a presença de 55 candidatos.
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