EFEITO VINÍCIUS
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EFEITO VINÍCIUS

Atualizado: 8 de abr.

Antecipação de pré-candidatura de deputado estadual à Prefeitura de Marília arrasta governo municipal à negociação direta de prefeito em busca de opção viável à sua sucessão. Dividida, direita ensaia disputa fragmentada favorável à polarização. Fora do páreo ao Executivo, esquerda mira retorno ao Legislativo. Confira os resultados das votações da última sessão camarária


Sob suas mãos: Vinícius Camarinha conduzirá equipe própria em eventual campanha, concorrente ao pai

Dos nomes cotados a aparecer nas urnas eletrônicas de outubro, um dos principais confirmou presença em coletiva de imprensa na última sexta-feira (22): o deputado estadual Vinícius Camarinha (PSDB) é pré-candidato.

Pela 4ª vez no páreo eleitoral municipal, o ex-prefeito de Marília (2013-2016) tenta retornar à chefia do Executivo na única disputa em que conheceu suas únicas derrotas (2008 e 2016), uma delas no cargo, ante cinco vitórias ao Legislativo paulista.

Afora os motivos pessoais e políticos alegados em sua coletiva de imprensa, Vinícius ancora sua decisão, inicialmente, à viabilidade de seu nome, segundo pesquisas prévias de intenção de voto, a que o blog teve acesso.



Além disso, posiciona-se antecipadamente para demarcar território político, ainda que, pela primeira vez, tenha como eventual concorrente direto o próprio pai, Abelardo Camarinha (Podemos), hoje inelegível.

O ex-prefeito e ex-deputado estadual e federal, aliás, é o principal concorrente de Vinícius, agora nos bastidores, por questões pessoais, e em eventual campanha, caso confirme a mulher, Fabiana Camarinha, candidata a prefeita pelo Podemos.

Embora venha disputar as eleições em Marília, Vinícius poderia, legalmente, continuar no exercício de seu quinto mandato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). No entanto, ele sinalizou que se afastará do cargo.



REAÇÃO GOVERNISTA

No Paço Municipal, a pré-candidatura de Vinícius, avaliada como ‘provável’ até então, segundo interlocutores ouvidos pelo blog, interrompeu o pragmatismo partidário com que o processo eleitoral vinha sendo tratado no governo.

O posicionamento antecipado de um dos principais rivais políticos arrastou o próprio prefeito Daniel Alonso (sem partido), até então inerte à indicação política de um pré-candidato, à busca pessoal de um nome viável.

Pelo menos um foi procurado pessoalmente pelo prefeito: o empresário Jean Patrick Baleche Garcia. Segundo apurou o blog, a reunião ocorreu na manhã de segunda-feira (25), na sede da empresa, no centro da cidade.


Negociação direta: prefeito Daniel Alonso tem articulado pessoalmente por candidatura viável de sucessão

A proposta de Alonso para Garcia: ser candidato a vice-prefeito em chapa com o atual pré-candidato de governo não anunciado oficialmente, o assessor especial Alysson Alex Souza e Silva. A oferta foi negada.

De volta ao gabinete municipal, o inverso também foi cogitado, mas desta vez recusado pelo assessor que preside o diretório municipal do PL, principal partido de base do atual governo reeleito de Daniel Alonso.

O comando da legenda, aliás, foi uma das exigências de Juliano da Campestre (PRD), que informou ao blog ter sido procurado por “emissários do prefeito”. “Não aceitaria ser o vice do Hadassa (Garcia), mas o candidato do PL, pois me posiciono como bolsonarista”.


Rumo indefinido: aliado de Nascimento, Juliano pode mudar de lado em hipótese remota de assumir PL

Presidente do diretório municipal do recém criado PRD – fusão do Patriota com PTB – Juliano da Campestre disputou a Prefeitura de Marília nas duas últimas eleições. Perdeu ambas. Em 2020, pelo PRTB e em 2016, pelo Solidariedade.

Procurado pelo blog, Alysson informou apenas que o “PL será cabeça de chapa e lançará candidato a prefeito em Marília”. O governo municipal, por sua vez, não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

Garcia afirmou, por sua assessoria de imprensa, “não debater pessoas, mas ideias” e que, se candidato for, sairia como terceira via, “nem com (Daniel) Alonso, nem como Abelardo (Camarinha)".



Ainda no começo da manhã desta quarta-feira (27), o empresário convocou uma coletiva de imprensa na sede de sua empresa, agendada para a próxima segunda-feira (1). “Em pauta, as eleições municipais de Marília deste ano de 2024”, informa o convite.

Nesta Sexta-Feira Santa (29), Garcia adiou a coletiva para o dia 8, mas antecipou o anúncio. Por sua assessoria de imprensa, informou ser pré-candidato à Prefeitura de Marília pelo Novo em coligação com o PRTB, e de "outros três partidos", sem citá-los.

Apesar do apelido de 'Garcia do Povo', vinculado a um programa de TV que apresentou, o empresário escolheu referir-se agora como 'Garcia da Hadassa', em alusão à sua empresa de turismo.

Neste sábado (30), o empresário informou ainda ter registrado boletim de ocorrência por "manipulação criminosa de imagens" que já havia divulgado em seu anúncio de pré-candidatura.


Fato x Fake: Garcia publicou arte com comparação de fotos reais e modificadas após publicação

DIREITA FRAGMENTADA

Garcia será mais uma opção da direita ao eleitorado mariliense majoritariamente conservador, feminino, casado e com ciclos de ensino completos.

Em janeiro, então filiado ao Republicanos, o empresário havia informado, em ‘nota de esclarecimento’, não ser candidato “ao Executivo ou Legislativo”. Refiliado ao Novo, desde 18 de março, agora faz de sua empresa ponto de peregrinação a novos correligionários.

Garcia se coloca na concorrência direta de direita ao candidato do governo municipal, cujo PL espera arrebatar convertidos, já em abril, com a anunciada visita a Marília do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.


Depois de negar participação em eleições, Jean Patrick Garcia pode anunciar pré-candidatura na segunda

Por isso, a iniciativa do prefeito em propor uma frente única, seja com Garcia, mas também com Juliano da Campestre, por ora alinhado à futura pré-candidatura do presidente do Legislativo, Eduardo Nascimento (PSDB), desafeto político de Alonso.

Ou seja, ao mesmo tempo em que busca uma solução viável de candidatura de sucessão ao seu governo, o prefeito articula para afastar lideranças bolsonaristas e, por fim, votos a Nascimento na disputa ao Paço Municipal.

Além de Juliano da Campestre, o presidente-futuro-pré-candidato conta com apoio do outro único opositor desta legislatura, o agente federal Junior Féfin (União Brasil), eleito na esteira da onda bolsonarista de 2020.



ESQUERDA À ESQUERDA

Enquanto os partidos de direita e de centro-direita – aqui, destaca-se o vereador Rogerinho (PP), ainda pré-candidato à Prefeitura de Marília – se articulam, a esquerda segue à beira das urnas em Marília.

Partido com maior número de filiados neste espectro na cidade, o PT ensaia a formação de uma frente ampla somando-se os demais partidos de sua federação – o PV e o PC do B – com sua congênere PSOL-Rede.

Neste sábado (30), o PT delibera sobre a viabilidade da disputa ao Executivo e ao Legislativo. A incerteza é a mesma no PSOL-Rede que, em 2020, somou 5,4 mil votos com a candidata a prefeita Nayara Mazini, estreante nas urnas, ante 1,3 mil do veterano Professor Juvenal, do PT.

A esquerda ocupou o poder em Marília apenas uma vez, pós-redemocratização do país, em 2012, com José Ticiano Dias Tóffoli, após renúncia de Mario Bulgareli. Na Câmara Municipal, o último representante assentou-se em cadeira única na 18ª legislatura (2013-2016): Cícero do Ceasa, então PV, hoje vice-prefeito pelo PL, de direita.


 

AS VOTAÇÕES DESTA SEGUNDA-FEIRA NA CÂMARA MUNICIPAL

 

1 – Discussão única do veto parcial aposto pelo Executivo, no Projeto de Lei Complementar nº 2/2024, da Prefeitura Municipal, que modifica a Lei Complementar nº 922/2021, atualizando os vencimentos dos cargos de agente comunitário de saúde e de agende de controle de endemias, em decorrência do disposto no § 9º do artigo 198 da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional nº 120/2022 e dá outras providências.

DERRUBADO VETO por unanimidade

 

2 – Primeira discussão do Projeto de Lei nº 17/2024, da Prefeitura Municipal, denominando as vias públicas dos loteamentos de sítios de recreio Vila Bela I, II e III, aprovados pelos Decretos nº 10601/2011, 10602/2011 e 10603/2011.

APROVADO em 1ª e 2ª discussões por unanimidade

 

3 – Primeira discussão do Projeto de Lei nº 37/2024, da Prefeitura Municipal, denominando o ‘Banco Municipal de Alimentos Geralda de Souza’, de que trata a Lei nº 8280/2018.

APROVADO em 1ª e 2ª discussões por unanimidade

 

4 – Primeira discussão do Projeto de Lei nº 27/2024, do vereador Eduardo Nascimento (PSDB), modificando a Lei nº 3679/1991, que cria e denomina Emei “Amor-Perfeito”, passando a denominação para Emei “Lorenzo Febronio Nunes – Amor Perfeito” a escola municipal localizada na avenida Rio Branco, 181, no Distrito de Lácio.

APROVADO em 1ª e 2ª discussões por unanimidade

 

5 – Primeira discussão do Projeto de Lei nº 4/2024, do vereador Sergio Nechar (PSB), denominando Manoel de Paula Sad o Centro de Convivência da Zona Sul, localizado na rua Kintaro Mtsuka, nº 1251, no bairro Jardim Santa Paula.

APROVADO em 1ª e 2ª discussões por unanimidade



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