Diocese confirma mudanças nos comandos de quatro paróquias de Marília. Cônego cotado para assumir Sagrada Família continua na zona sul. Veterano reassume rotina comunitária após reitoria de seminário. Padres saem de cena para ‘tempo de repouso’
Menos de um mês depois de reunir-se com o Conselho de Presbíteros para deliberar sobre as mudanças no presbitério para 2022, o bispo de Marília, dom Luiz Antonio Cipolini, anunciou sua decisão em circular publicada nesta segunda (1º).
Conforme o blog havia divulgado, as sacristias de pelo menos quatro paróquias sofreriam alteração de comando. A maioria pelo limite do período de estabilidade de seis anos, conforme consta no cânon 522 do Direito Canônico.
No caso da Diocese de Marília, a exemplo das demais no país, por decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), costuma-se transferir os padres antes do sétimo ano de vínculo com uma comunidade.
QUEM VAI
Entre os padres sediados em Marília, entraram no ‘rodízio diocesano’ os (por enquanto) párocos João Carlos Batista, da Nossa Senhora de Guadalupe; José Valdir Grisante, da Nossa Senhora de Fátima do Jóquei Clube; e Júlio Pereira de Souza Neto, da São Miguel Arcanjo.
Segundo a circular, o cônego, que estava cotado para assumir a Sagrada Família, na zona norte, vai se mudar para sua atual comunidade vizinha, do outro lado da rodovia Transbrasiliana (BR-153), ainda na zona sul da cidade.
Grisante, por sua vez, está de mudança para a Paróquia Santa Cecilia, de Monte Castelo (SP), na região pastoral ‘três’, a mais distante da sede da Diocese de Marília. Já o sacerdote da São Miguel será nomeado novo reitor do Seminário Diocesano de Filosofia e Teologia ‘Rainha dos Apóstolos’ (antigo ITRA).
QUEM VEM
Das duas sacristias a ficarem vacantes entre as já citadas, uma será ocupada por um padre hoje residente fora da cidade e outra por um dos principais veteranos da batina da Diocese de Marília.
Caberá à comunidade de Nossa Senhora de Guadalupe acolher o padre Jose Ricardo Cintra e Silva, atualmente pároco da Imaculada Conceição, de Mariápolis (SP). Aos 42 anos, ele completará 14 de sacerdócio em dezembro.
Aos 55 anos – 30 deles de batina – o padre Wagner Antonio Montoz será o novo pároco de São Miguel Arcanjo. Ele retorna à rotina comunitária um ano e nove meses depois de deixar a Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Pacaembu (SP).
Entre uma paróquia e outra, Montoz esteve à frente da reitoria cujo ‘bastão’ passará ao atual pároco da São Miguel. Ele é o único integrante do Conselho dos Presbíteros entre os padres que chegam e saem em 2022.
PERÍODO SABÁTICO
Há ainda uma outra alteração confirmada pelo bispo. Conforme o blog já havia publicado, a Paróquia Sagrada Família também terá mudança de comando, apesar de o pároco, o cônego José Carlos Dias Toffoli, não ter completado nem o terceiro ano à frente da comunidade da zona norte de Marília.
Conforme divulgou o blog, o padre solicitou ao bispo um ‘tempo de repouso’, conforme consta no Diretório para o Ministério e a Vida dos Presbíteros. Tofolli sai de cena para “fortalecimento espiritual, apostólico e também de estudo”, segundo o bispo.
Período que o cônego terá de sobra, inclusive, para atuar como administrador de uma holding que controla um resort de luxo, em Ribeirão Claro (PR), cidade que costuma ser visitada por seu irmão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
Reportagem publicada pelo site 'O Antagonista' nesta terça (2) diz que o padre teria sido afastado de seu cargo na paróquia após a "revelação" da sociedade com o empreendimento turístico. A Diocese de Marília não confirma esta versão. Toffoli já informou ao blog que não comentará sobre o assunto.
O Diretório para o Ministério sugere aos beneficiados com o pedido de descanso “função notável” em mosteiros, santuários ou outros lugares de espiritualidade. É o caso do atual pároco de Santo Antonio, de Adamantina (SP), o padre Carlos Roberto dos Santos, que residirá no Mosteiro da Anunciação, na Diocese de Goiás, a partir de janeiro de 2022.
Toffoli, por sua vez, já não será mais pároco da Sagrada Família no próximo 1º de dezembro. Ele será substituído pelo padre José Antonio de Souza, que assumirá a sacristia apenas como administrador paroquial.
Atual pároco e reitor do Santuário São Judas Tadeu – comunidade vizinha à Sagrada Família – Souza é da Congregação de Jesus Sacerdote (CJS) e, portanto, suscetível a eventuais transferências por sua organização religiosa, a qualquer tempo.
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