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ROTEIRO ELEITORAL

Fusão Garcia-Nascimento reprisa expectativa-realidade de narrativa-prática de campanhas eleitorais em Marília. PSB ameaça romper com chapa de governo e vira ‘pêndulo’ de ‘direita pura’. Esquerda segue à espreita de ‘efeito Nayara’ por retorno à Câmara Municipal


Em lado apostos: Garcia e Nascimento fazem coligação de ocasião nesta corrida eleitoral | Foto: Alcyr Netto

O empresário do segmento de turismo Jean Patrick Garcia Baleche havia acabado se filiar ao Partido Novo na janela partidária quando anunciou, em abril, sua primeira pré-candidatura a um cargo público – e a prefeito de Marília.

Àquela altura, o vereador Eduardo Nascimento já havia trocado o PSDB pelo Republicanos e sido confirmado por sua nova legenda como pré-candidato à chefia do Paço Municipal.

Ancorado pelo nome de sua nova legenda, Garcia antecipou-se em sua apresentação como ‘novidade’ ao processo eleitoral, sobretudo nas redes sociais, impulsionada por postagens com a #chegadosmesmos.


Palavra digital: Garcia impulsionou nome e propaganda ideológica antes conseguir uma coligação partidária

Da mesma forma, Nascimento ampliou sua exposição em seus canais digitais pela promoção de seus feitos legislativos lastreados ao longo de mais de duas décadas e em quarto mandato no Legislativo, presidente pela terceira vez.

Mas enquanto o primeiro, debutante no processo eleitoral, aplicava recursos para estar o maior tempo possível no feed do eleitorado, o segundo, em sua 9ª eleição, apostava na projeção da campanha que se iniciaria.

A consequência da overdose digital de um e de confiança do outro pôde ser fotografada na divulgação da primeira pesquisa de intenção de votos publicada dia 23 de julho, durante o período das convenções partidárias.


Fotografia pré-eleitoral: pesquisa posicionou novato Garcia à frente do veterano Eduardo na intenção de votos

Abaixo do distante líder Vinícius Camarinha (PSDB), com 47,6% apareceu Garcia da Hadassa (Novo), com 12,4%, e não Nascimento (Republicanos), com 8,3%, 0,3% acima da margem de 3,8% da margem de erro informada pelo Instituto Paraná.



Nos dias seguintes, Garcia lançou sua candidatura sem que tenha conseguido avançar na busca de apoio de outras legendas e Nascimento confirmou seu nome ao Executivo pela coligação Republicanos-União Brasil (UB).

Apesar da composição partidária maior, Nascimento permaneceu em desvantagem financeira e de intenção de votos nos últimos dias em sua disputa direta com Garcia e aceitou reunir-se de novo com o adversário.

Na quinta-feira (8), sem que tivesse recebido apoio unânime de sua base, Nascimento aceitou a proposta de fusão de campanha proposta por Garcia, apresentada oficialmente por ambos na sexta-feira (9).


Nas mãos do ex-adversário: coligação Garcia-Nascimento põe à prova aceitabilidade de eleitorado de ambos

Apesar da narrativa da novidade, o candidato do Novo, enfim coligado, agora com Republicanos e com UB, recorreu à velha prática política, apesar das ideologias, da junção de forças na busca pelo poder.

 

RECOLIGAÇÕES

O reposicionamento de chapas ao Executivo é o 3º nesta pré-eleição em Marília. O PDT apresentou a sua candidatura e, menos de uma semana depois, coligou-se como vice de João Pinheiro (PRTB).


Déja Vu eleitoral: coligação do PRTB de João Pinheiro com PDT abriu 'temporada' de 'recoligações' em 2024

A federação PT-PV-PCdoB, que tentou emplacar o ex-delegado e advogado Flavio Rino, o ‘Vico’ (PV), acabou por deliberar, sem unanimidade no PT, pelo apoio à campanha de Nayara Mazini (PSOL).

A Nascimento, que até poucos dias cravava a certeza de sua eleição a prefeito de Marília, restou resignar-se à candidatura de vice, como já fora sem ser eleito em 2012 ao lado de outro gestor apresentado como novidade, Daniel Alonso (PSDB, hoje PL).

Ex-vices dos então candidatos a prefeito, cada policial militar ajustou-se à realidade imposta: Fabiana Marinho (Novo) concorrerá a vereadora e Marcos Farto (UB) retornou nesta segunda-feira (12) à assessoria parlamentar do vereador agente federal Junior Féfin (UB).


De volta ao Legislativo: ex-vice de Nascimento, Marcos Farto reassumiu cargo de assessor parlamentar

Ainda nesta segunda-feira (12), o Novo, o Republicanos e o União Brasil enviaria a retificação das atas de suas convenções, constando a nova coligação. O prazo final para todas as candidaturas é na quinta-feira (15).

 

FRAGMENTAÇÃO À DIREITA

A fusão das candidaturas de Garcia da Hadassa (Novo) e de Eduardo Nascimento (Republicanos) extingue a única ‘chapa pura’ de direita das quatro que agora são três na cidade – ao menos, por enquanto.

Embora o Novo, Republicanos e União Brasil sejam de direita, apenas o primeiro submete seus candidatos a uma avaliação ideológica ao tempo que os outros dois não utilizam do mesmo rigor às suas candidaturas.
No mesmo tom ideológico: Partido Novo submete candidatos a avaliação de perfil político antes de lança-los

Conservador e ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o Republicanos tinha como seu candidato a prefeito até poucos dias atrás um ex-filiado da esquerda (PDT), centro (PSDB) à extrema-direita (PTB).



O PDT, aliás, faz coligação esquerda-direita com o PRTB de João Pinheiro enquanto o PSB, tradicional legenda vermelha, juntou-se ao verde e amarelo do PL no colorido político da chapa de Ricardo Mustafá (PL).

Mas o rubro pode desbotar da campanha governista. Nesta segunda (12), o PSB Marília admitiu ao blog a possibilidade de rompimento com PL. Nada a ver com ideologia, mas dinheiro mesmo.
Papo de campanha: PSB de Nechar pode trocar coligação de governo por de oposição até esta quinta-feira

“A nossa ata ainda não está finalizada”, afirmou o presidente do diretório municipal, o vereador Sergio Nechar, apesar de o partido aparecer como coligado na ata do PL. “Nós não reconhecemos isso”, disse o oncologista.

Caso debande de última hora, o PSB pode mirar a nova coligação Novo-Republicanos-UB, onde enfrentaria resistência ideológica e financeira – nada na mão em vez dos R$ 50 mil que alega ter sido prometido pelo PL para sua campanha legislativa.



EFEITO NAYARA

Igualmente com poucos recursos, a federação PT-PCdoB-PV aguarda pelo início oficial da campanha, nesta sexta-feira (16), para a ancorar sua esperança de cadeira na Câmara Municipal com sua ‘garota propaganda’ ao Executivo.

Em sua segunda campanha consecutiva à Prefeitura de Marília, Nayara Mazini (PSOL) terá no entorno de sua visibilidade feminina as candidaturas à vereança da esquerda, ansiosas por eleger alguém.
Liderança solitária: Candidata a prefeita, Nayara é único nome capaz de aglutinar votos da esquerda à Câmara

Na última, em 2016, o sindicalista Cícero Carlos da Silva, o ‘Cícero do Ceasa’, tornou-se vereador reeleito. Era do PT, manteve-se na cadeira pelo PV e a deixou trocando de lado pelo PL, pelo qual chegou a vice-prefeito e agora disputa seu retorno ao Legislativo.

A eventual capacidade de transferência de voto de Nayara aos seus correligionários e demais coligados será mensurada somente após o início da campanha, nesta sexta (16), e seu posicionamento nas próximas pesquisas de intenção de voto.



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